BREVE ANÁLISE DOS NÚMEROS
Desde o início deste ano, manifestamos nossa apreensão em relação aos números do Censo Demográfico em nossa cidade. A preocupação residia em muito na possibilidade de se reduzir a cidade da faixa de repasses do FPM – Fundo de Participação dos Municípios. É sabido que o principal componente na fixação da alíquota de repasse do FPM é a população da cidade.Foi neste sentido que solicitamos, através de requerimento à Secretaria Municipal de Administração, uma reunião com a Supervisão do Censo Demográfico do IBGE, tudo com o fito de auxiliar o trabalho dos técnicos, mormente na coleta de dados da população residente na Zona rural de nosso município.
Mais do que pensar no aumento de repasse do FPM, esposamos a preocupação em que a contagem ficasse aquém do número real e com isso diminuir os repasses. O último censo apontava que a cidade possuía 46.789 habitantes, sendo que dez anos após registramos a perda de 1.737 moradores, tendo hoje, próximo dos 45.052. Novecentos habitantes a menos seria o suficiente para diminuir os repasses do FPM.
E, onde estariam estes sandumonenses? Bem, muitos poderiam dizer que a diminuição do número de habitantes se deve ao fato da diminuição do índice de natalidade, afinal: as famílias estão tendo menor número de filhos. Seguramente, não é esta a causa. Apesar de termos uma população eminentemente adulta, sendo muitos idosos, o crescimento demográfico não iria impactar ao ponto de revelar diminuição tão significativa de nossa população.
e não é a resultante do número de óbitos e nascimentos, então qual seria a razão do decréscimo de nossa população? Qual a razão de cidades da região, a exemplo de Juiz de Fora ter registrado em 2000 uma população de 456.096 pessoas e em 2010, 497.778 habitantes; e, Barbacena onde a população saltou de 114.126 para 121.571, crescimento de 1,09% e 1,06%, respectivamente. Nossa cidade ficou no período com um crescimento negativo de 0,96%.
Não é necessário nenhuma análise mais aprofundada para chegarmos à conclusão que quando a taxa de natalidade e mortalidade permanecem praticamente inalteradas, o fenômeno que poderá influir de forma direta na diminuição ou aumento da população é os fluxos migratórios.
É assim, desde a mais remota época. E, não é diferente nos dias atuais. A escassez de alimentos fazia com que populações se deslocassem para outras em busca de alimentos. Com o fenômeno da industrialização, pessoas migram em busca de trabalho.
Não há dúvidas que há necessidade de buscarmos as razões que levam a nossa população a um decréscimo, mas por certo o fenômeno da migração oferece-nos em princípio uma razoável resposta. Você que lê este artigo é capaz de responder se nos últimos 10 anos algum parente ou conhecidos que mudaram para outra cidade na busca de melhores condições de vida?
Tenho a certeza que a resposta será positiva. Todos nós, conhecemos amigos e parentes que não encontrando condições de permanecer em Santos Dumont acabaram indo residir em outras cidades. A estagnação econômica de Santos Dumont é uma das principais causas que permite-nos dizer que a redução da população se deve a este fato econômico.
Esse fato econômico poderá, em um futuro próximo, interferir diretamente em nossa capacidade de receber investimentos, visto que nossa matriz humana será formada, não em sua maioria por pessoas em idade economicamente ativa, mas de pessoas mais idosas e, o pior em muitos casos aposentadas com um benefício social mínimo.
Outros fatores, por certo, poderão ser citados, mas, acredito que nenhum outro terá tão forte impacto na redução de nossa população do que a estagnação econômica. Pior, é sabermos que aqueles que deveriam se esforçar, dia e noite, sobre os caminhos para levar a a cidade ao desenvolvimento econômico e, por conseguinte obter condições mais atrativas de manter seus filhos em nosso solo e, oferecer melhores condições de sustentação às políticas sociais, que voltando ao início, carecem de recursos – que em parte poderiam advir do Fundo de Participação dos Municípios.
Reconhecemos que o debate dos problemas é um ponto inicial importante na busca das soluções, mas por certo, mais importante que ter acesso a boas ideias, experiências bem sucedidas e caminhos possíveis há uma premente necessidade que o poder público, em especial o poder executivo, assuma a posição de indutor do desenvolvimento.
Enquanto isso, não ocorre; vamos continuar imaginando que em 2020, mais do que quantos seremos, é importante pensar: o que seremos?
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