O PLANO “B”

Desde o início deste ano, estamos acompanhando a crise que assola a Maternidade Ana Maria, do Hospital de Misericórdia de Santos Dumont. Ao que tudo indicava, depois de algumas idas e vindas, a questão teria um desfecho. Contudo, no meio da tarde do dia 13.04.2011, recebemos a notícia de que a pediatria do Hospital não estava atendendo as parturientes que para ali se deslocaram.

O Jornal Possanteonline assim noticiou:

“Na manhã desta quarta-feira (13), a parturiente Nathalia Viríssimo, moradora do bairro Córrego do Ouro, teve o atendimento negado pelos médicos pediatras de plantão, que alegaram estar sem o devido pagamento.

Conforme informações do Dr. Marcos Barreto, a subvenção deste ano, no valor de R$ 10.000,00 mensais, ainda não foi repassada pela Prefeitura Municipal e os médicos estavam sem o pagamento dos meses de janeiro, fevereiro e março. O Hospital, para tentar contornar o problema e, com recursos próprios, efetuou o pagamento do mês de janeiro. Novamento, utilizando os seus próprios recursos, o Hospital tentou efetuar o pagamento do mês de fevereiro e os médicos negaram-se a recebê-lo e decidiram paralisar o atendimento.

A Secretaria Municipal de Saúde interveio e solicitou a presença de uma guarnição da Polícia, que registrou em um boletim de ocorrência a falta de atendimento à parturiente.  A paciente foi transferida, às pressas, pela ambulância da SMS para o Hospital João Penido, em Juiz de Fora, por ser uma emergência.

Nathalia e uma segunda parturiente disseram que, chegando ao Hospital, foram surpreendidas pela falta de respeito e consideraram o ato uma negligência médica e até desumano os  pediatras do Hospital se negarem a atender e terem de esperar horas, até que a funcionária da Secretaria Municipal de Saúde conseguisse uma vaga no hospital de Juiz de Fora. Nathalia será atendida por um dos médicos do Hospital João Penido em Juiz de Fora.”

No auge do movimento que envolveu populares, Ministério Público, Câmara Municipal, representantes do Hospital e do Poder Executivo, foi aventado que o Senhor Secretário Municipal de Saúde teria um PLANO B no caso de negativa de atendimento pela Maternidade. Agora, passados alguns meses, o PLANO B ao que parece foi revelado, embora já fosse possível antever qual seria: “chamar a polícia, colocar o paciente em uma ambulância e ir correndo para Juiz de Fora.” Alguém, pensou outra coisa?

Até então era comum, corrermos para Juiz de Fora para morrer! Agora, ao que parece, teremos que correr também para nascer!

Com a palavra: Os covardes!